sereia
- Gabriela Cavalheiro
- 22 de jan. de 2015
- 1 min de leitura
talvez eu estivesse ocupada demais perdida nos labirintos dos meus desejos, tecendo a árdua trama do flerte, construindo a arquitetura do gozo, pensando nos delírios dos mais diversos quereres que me habitam. como navegante de um mar desconhecido, eu, pobre marinheira de primeira viagem, me perdia facilmente no canto daquela sereia - não haveria astrolábio que me guiasse ou nau que fosse capaz de me voltar para a rota original. quando me dei conta, estava inebriada e inerte com o corpo doce e macio da sereia em cima de meu corpo, presa no fundo do mar, fascinada com a beleza das algas e corais, do mistério que se revelava diante de meus olhos e o contraste de sua cauda no cenário.
não sei se foi o sexo ou se foi o sorriso se é efeito ou se é encanto a vênus em leão o encaixe santo [mas também profano] o beijo profundo na pequena arte do cotidiano o arrepio que se estendia por todas partes do meu canto eu estava totalmente entregue no profundo descanso, olhando seus olhos e me perdendo naquele tanto. me perdi naquele corpo como se perdem as horas, o tempo, a dignidade, as chaves, sem nem ao menos saber como proceder para se achar. que pena seu nome ser tão curto, quisera eu que tivesse milhões de sílabas para que ficasse por muito mais tempo em meus lábios
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