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reintegração de posse

  • Foto do escritor: Gabriela Cavalheiro
    Gabriela Cavalheiro
  • 19 de set. de 2014
  • 2 min de leitura

giroflex e sirenes tocam, se acendem, rodopiam fazendo piruetas mas os bailes já não tem tanta grandeza é a violência e a porrada que são enaltecidas pra cada girassol resgatado, matam 7 margaridas

batem em transeuntes, tiram-lhe a moradia prédios desocupados equivalem a mais-valia perco o fôlego com as pernas bambas, olhando o que se passa na avenida desde quando a repressão pode ser tão naturalizada, aplaudida e corriqueira em nossas vidas?

atacam grávidas e deficientes como se eles fossem culpados e ainda vão reeleger em primeiro turno muitos bastardos um sentimento de luto generalizado a especulação imobiliária se torna cara, não é só um valor de mercado

são vidas - será que reparam que esse crime é inafiançável? as pessoas culpam o governo e o governo culpa o Estado (ninguém lembra da porra do mercado) reacionários só olham, magnificados - ciclofaixas causam mais pavor que hospitais fechados

aqui jaz, aqui repousam muitos mortos crucificados e também vários movimentos sociais que foram torturados dizem que não estamos mais na ditadura, meu caro numa democracia meio torta, coisa de salafrário

se uma lágrima cai e o problema não é da gravidade mancha a tinta, rasga o papel, o sangue mancha a história dessa cidade

sendo que a culpa não é apenas do sistema, quem o faz somos nós, meu bem, nossa omissão e nossos olhos fechados também são parte do problema

minha bisavó um dia escreveu em um poema visionário ' adoece o cão da madame de luxo, e vem logo o veterinário porém morre sem remédio, o filho do operário'

mas tudo bem, tudo isso vai passar porque se o jornal não abafar, um novo escândalo ele vai achar uma pauta que seja um furo, e lavar cerebralmente o que restou do sentimento da nossa gente

e eu ainda tenho que escutar que política é coisa de gente chata e que, principalmente, não está em todo lugar

 
 
 

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